Atualizado em 02 de June de 2017

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Ibermuseus proporciona profundo debate sobre a participação social nos museus no 7º Fórum Nacional de Museus

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Os 10 anos do Programa foram tema de painel no quarto dia do evento no Brasil

O Programa Ibermuseus foi o tema de um amplo e profundo debate no quarto dia do 7º Fórum Nacional de Museus, realizado na cidade de Porto Alegre, Brasil, pelo Instituto Brasileiro de Museus. Os 10 anos da idealização do programa, celebrados no marco do aniversário da Declaração de Salvador, serviram de ponto de partida para uma discussão na que foram ressaltadas as conquistas e colocados os desafios para o prosseguimento do trabalho de cooperação entre os países da Comunidade Ibero-americana no âmbito dos museus.

O painel “Dez anos do Programa Ibermuseus: museus como ferramentas de transformação social, integração e desenvolvimento” foi mediado pelo presidente do Ibram, Marcelo Araujo, e contou com reflexões de Javier Royer, Coordenador do projeto Sistema Nacional de Museus, do Uruguai, Miguel González Suela, Subdiretor de Museus Estatais da Espanha, e Mário Chagas, coordenador técnico do Museu da República.

Javier Royer começou o painel destacando a diferença entre os momentos políticos atual e o de quando foi assinada a Declaração de Salvador, em 2007. “Ibermuseus é fruto de um pensamento político e ideológico progressista, com forte caráter de solidariedade, liderado pelo Brasil naquele momento. Não é um mero programa de distribuição de recursos financeiros”, destacou.

Segundo Javier, a conjuntura na qual se encontram vários países da Comunidade Ibero-americana faz ainda mais necessário reafirmar os princípios fundamentais do programa. “Os museus devem seguir trabalhando pela transformação social, e consolidar-se como lugares de construção e legitimação de narrativas, produção e difusão de conhecimento. Não podemos perder nossas posições ideológicas”, reforçou.

Colocando ênfase na necessidade de que os museus sejam cada vez mais sociais, Miguel González Suela destacou esse como um objetivo contínuo das instituições e do Programa Ibermuseus. “A participação social é a condição para a sustentabilidade dos museus”, afirmou, evidenciando que a grande missão dos museus é a valorização do bem-estar social.

Miguel destacou que o Ibermuseus conseguiu “avanços inegáveis” ao longo dos 10 anos de colaboração, e anunciou o lançamento do Registro de Museus Ibero-americanos, em 28 de junho, em Madri, como um marco para o programa. “Não há nada mais importante que conhecer a realidade com a que estamos trabalhando, e o RMI nos vai permitir isso e muito mais, como o intercâmbio de informações, projetos e soluções”, resumiu.

Mário Chagas, que participou da elaboração da Declaração de Salvador, em 2007, recordou que o documento buscou incluir grupos antes excluídos de políticas públicas no âmbito dos museus, “reconhecendo direitos individuais e humanos das minorias”. Nesse sentido, Chagas criticou a maior concentração de recursos dos prêmio e convocatórias do programa em países com Índice de Desenvolvimento Humano mais alto. “A crítica é importante para que avancemos na direção de políticas públicas de inclusão social, que beneficiem aos pequenos museus e aos países com baixo IDH”, disse, o que provocou um intenso e importante debate entre os participantes.

Foram feitas sugestões para que os pequenos museus tenham mais capacitação para participar de convocatórias, ressaltadas as características de solidariedade do programa, y destacada a contribuição do Programa a outros âmbitos, não apenas através dos prêmios, principalmente o apoio à formulação de políticas públicas no âmbito dos museus. “Nosso desafio é ampliar a integração para conseguir um objetivo comum”, finalizou Javier Royer.

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