Atualizado em 31 de August de 2018

Curso sobre Tráfico Ilícito de Bens Culturais amplia a capacidade de cooperação na região centroamericana

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Terminou hoje em San José, Costa Rica, o Curso regional sobre Tráfico Ilícito de Bens Culturais, promovido por Ibermuseus em colaboração com o Ministério de Cultura e Juventude. A atividade reuniu 20 profissionais de nove países ibero-americanos, cujo trabalho está diretamente relacionado com o controle e a gestão de coleções, ou a cargo dos processos de inventário, movimento e controle de coleções de museus. Foram três dias de intenso debate e intercâmbio de experiências no Museu do Jade e da Cultura Pré-colombiana, que contribuem para o avanço da cooperação em um dos temas mais importantes para o setor na região centro-americana.

Os participantes tiveram contato com aspectos jurídicos, técnicos e de gestão mínimos necessários para promover melhores práticas de circulação de patrimônio museológico e minimizar sua vulnerabilidade diante de práticas de tráfico ilícito. Também foram apresentadas as medidas necessárias que possam ser tomadas para incentivar a circulação de coleções ao mesmo tempo que para aumentar a prevenção do tráfico ilícito mediante a melhora nos sistemas de inventário e documentação.

“Esta é uma atividade de grande importância para a Região do Caribe. O tema tratado constitui um flagelo em toda esta região. Todos os países, de uma forma ou de outra, foram objeto de espólio ou de saque”, explica o instrutor Luis Manuel Almeida, Chefe do Departamento de Registro e Inventario do Registro Nacional de Bens Culturais de Cuba. “Estamos transmitindo experiências e estudos de caso para que melhorem, por exemplo, seu controle de inventário.”

A instrutora Leidy Bonilla Vargas, do Departamento de Proteção de Patrimônio Cultural do Museu Nacional da Costa Rica, completa que o curso é de suma importância para esses profissionais, como arqueólogos e antropólogos, pois o tema de tráfico ilícito dificilmente é tratado na academia. “Então eles precisam e têm que desejo de conhecer mais sobre esse assunto. E foi o que conseguimos aqui”.

“Este tipo de curso é muito importante porque podemos visualizar e comparar a grande diversidade de mundo, de culturas e de opiniões sobre como gerimos o patrimônio em nível centro-americano, do Caribe e México, além da Espanha”, afirma Martha Tapia González, do Instituto Nacional de Antropologia e História do México. “Enriquece muito saber como os países tratam o tema, quais são suas forças e ver o que falta a outros.”

No primeiro dia de curso foram dadas as conferências de Mathieu Dormaels, especialista em cultura para o escritório regional da UNESCO na América Central, e de Luis Bruzón, coordenador de Cultura e Comunicação na Secretaria de Educação e Cultura do Sistema de Integração Centro-americana (CECC/SICA). O evento também teve a presença da ministra de Cultura e Juventude da Costa Rica, Sylvie Durán.

Opinião dos participantes

“Foi uma experiencia excepcional, em primeiro lugar porque me permitiu dialogar com especialistas de diferentes países, ver como trabalham no tema de tráfico ilícito, as terminologias que são usadas, os métodos de inventário, para controle das peças, e para ter um pouco mais de consciência das responsabilidades que todos temos com o patrimônio de nossos países”, avalia Doralis González, Diretora do Centro Provincial de Patrimônio Cultural de Cuba.

“É a primeira vez que tenho a oportunidade de compartilhar a situação jurídica e legal do tráfico ilícito de bens culturais em nível internacional, e ver qual é a situação nos distintos países no âmbito centro-americano”, explica Clara Ruiz, do Departamento de Documentação do Museu de América, Espanha. “É necessário trabalhar todos juntos, nos coordenar, e seguir trocando experiências e conhecimentos para lutar contra um problema tão grave como este.”

“É muito importante ver que não estamos muito longe e que podemos ajudar uns aos outros, contando nossas próprias experiências”, complementa Miranda Quijano, Subdiretora Executiva do Centro Nacional de Conservação e Registro de Patrimônio Artístico Móvel, no México.

Andrés Triana, coordenador da ação de Formação e Capacitação e representante do México no Conselho Intergovernamental do Ibermuseos avalia que, com esse curso, o Programa consolida o conjunto de temas que trabalha desde vários anos nessa linha de ação, todos relativos às melhores práticas de gestão de coleções de museus. “Nesse sentido, este curso fecha um ciclo neste grande campo temático, mas nos abre também a possibilidade de entender a complexidade do problema do tráfico ilícito e nos dá a possibilidade de ampliar o contato com muitas instituições”, completa Triana.

Os países participantes foram Costa Rica, Cuba, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Espanha e México.

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